Edicões Gambiarra Profana/Folha Cultural Pataxó
"Minha Poesia não usa vestes para se camuflar, é livre e nua" (Arnoldo Pimentel)
"Minha Poesia não usa vestes para se camuflar, é livre e nua" (Arnoldo Pimentel)
"Censurar ninguém se atreverá, meu canto já nasceu livre" (Sérgio Salles-Oigers)
"Gambiarra Profana, poesia sem propriedade privada, livre como a vida, leve como pedra em passeata" (Fabiano Soares da Silva)
"Se eu matar todos os meus demônios, os anjos podem morrer também" (Tenneessee Williams)
domingo, 30 de maio de 2010
PIPAS COLORIDAS SOLTAS NO CÉU
PIPAS COLORIDAS SOLTAS NO CÉU
Tenho folhas escurecidas para soltar no vento
Escurecidas pelo tempo
Que andei brincando de pular as cordas
Que escondiam o pólen das flores que queriam amar
Antes que a primavera pudesse chegar
As pipas coloridas que estão soltas no céu
São apenas enfeites que camuflam
A tristeza que está no olhar daqueles que não tem a quem amar
Que não tem um carinho durante a noite fria
Que não tem um soluço para secar
Tenho estrelas que querem sorrir na noite
Mas a claridade do sol ainda está distante
Do pólo norte onde se encontram meus sonhos
Meus sonhos não são azuis como o infinito
Sonho apenas em tentar conter meu grito
Em tentar encontrar a solidão vazia
Para onde poderei partir
Sair sem me despedir
Desaparecer com as folhas escurecidas
Que soltarei no vento
Para evaporar nas frestas do tempo
sábado, 15 de maio de 2010
FOGÃO À LENHA
FOGÃO A LENHA
Entrei na sua sala e vi seus quadros reais
Surreais
Criados na sua alma
Com calma
Sem calma
Seus quadros pintados no chão de terra batida
Com cadeiras desfiguradas espalhadas
Um tapete amordaçado
Um canto simples e abençoado
O fogão à lenha aquece o ambiente
E com seu calor dá aquele toque de gente
De gente que gosta de beber caldo de cana
Gente humilde, mas que ama
O feijão preto sai do fogão à lenha fumegante
Ficou ali por horas, sem pressa
Como se estivesse olhando as estrelas
E a lua que um dia será de mel com sua namorada
A noite podemos dormir no quintal
Tendo por teto um céu de estrelas
Para aquecer, no lugar do fogão à lenha
Uma pequena e aconchegante fogueira
E assim poderemos brincar de sonhar
Um sonho simples e feliz
Um sonho recheado pelo sentimento amar
sábado, 8 de maio de 2010
CASAS DE NUVENS VAZIAS
CASAS DE NUVENS CINZA
Casas de madeira soltas na terra
Decoradas com cordas de arame que atravessam a ausência de paisagem
Esticadas por postes sem luz que apontam
Para o céu de chuva cinza
Sem esperar nenhuma doce miragem
O silêncio é quebrado pela bicicleta sem acento
Que vaga pela rua de chão solta no vento
Carregando em seu sonho a grama estéril
Vidas vazias
Que nem o pranto solto alivia
No solo molhado pela chuva
A desesperança por saber
Que no fim do dia não haverá fartura
Sempre será assim em cada novo amanhecer
Não haverá escolha
Entre as nuvens que ainda vagam
Nem galhos nas árvores secas
Nem mesmo bichos da seda
domingo, 2 de maio de 2010
PARTIDA VAZIA
PARTIDA VAZIA
Deixarei minhas malas arrumadas na plataforma
Minhas malas são minhas lembranças
Minha saudade
Minha vida vazia que não deixará saudade
Deixarei minhas malas porque não vou voltar
Ficarei vagando na poeira do meu céu coberto de nuvens
Meu coração cortado em pedaços
Minha poesia jogada ao acaso
Deixarei minhas malas porque não vou partir
Vou ficar por aqui
Já não posso mais sorrir
Ficarei porque já estou sozinho
Não preciso me exilar
Sei que jamais voltará
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